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Universidades francesas querem mais colaboração em pesquisa com São Paulo

Universidades francesas querem mais colaboração em pesquisa com São Paulo Em visita à FAPESP, representantes das universidades Paris-Sorbonne e Pierre & Marie Curie falam sobre ampliar pesquisa colaborativa com universidades paulistas (foto: Leandro Negro / Ag.FAPESP)

Aumentar a colaboração em pesquisa entre universidades francesas e universidades do Estado de São Paulo, bem como estreitar a relação existente entre seus pesquisadores, foram alguns dos aspectos tratados por Danielle Seilhean, vice-presidente de relações internacionais da Universidade Pierre & Marie Curie (UPMC), e Araceli Guillaume Alonso, vice-presidente de relações internacionais da Universidade Paris Sorbonne, durante visita à FAPESP no dia 16 de setembro. 

As representantes de duas das principais universidades da França foram recebidas pelo presidente da Fundação, José Goldemberg, pelo vice-presidente Eduardo Moacyr Krieger, por Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico, e por Fernando Menezes e Carlos Eduardo Lins da Silva, assessores da presidência. Durante o encontro foi ressaltada a importância de estimular a colaboração entre pesquisadores de São Paulo e da França, um dos grandes centros mundiais de produção do conhecimento.

Para Goldemberg, a pesquisa cooperativa cria oportunidades para ampliar o conhecimento para as instituições de pesquisa locais, mas também para as parceiras no exterior. “Nos últimos anos, a atividade internacional tem sido muito importante para a FAPESP, que está interessada em ampliar acordos com instituições de renome, o que é benéfico para todos os envolvidos na parceria”, disse.

Seilhean ressaltou que há interesse, sobretudo, em parcerias nas áreas de saúde, medicina e humanidades, tanto em pesquisa como em formação, de modo multidisciplinar. “Buscamos encorajar e dar visibilidade aos projetos já existentes diretamente entre grupos de pesquisa das universidades na França e em São Paulo, além de fomentar colaborações inéditas por meio de pesquisas interdisciplinares, envolvendo diferentes campos, com potencial de resultar em uma produção original”, afirmou.

Para ela, além de ampliar o conhecimento científico, as parcerias apresentam um componente importante para a visibilidade internacional das pesquisas realizadas nessas instituições, considerando ainda aspectos educacionais e acadêmicos.

As representantes da UPMC e da Paris Sorbonne também apresentaram um perfil do ensino e da pesquisa nessas instituições. “Há cerca de 40 anos, a Universidade de Paris decidiu separar as diversas áreas do conhecimento entre suas diferentes faculdades. A estratégia era ter mais controle sobre o fluxo crescente de alunos na capital francesa, agrupando, em um mesmo local, diferentes cursos por áreas do conhecimento”, disse Seilhean. Exemplo disso é o caso das escolas médicas, que eram sete nos anos 1960 e passaram a três, nas décadas seguintes.

“Em Paris, houve um processo de reagrupamento de áreas nas universidades, o que melhorou a mobilidade de estudantes e professores e a qualidade das instituições, resultando no aumento do número de universidades em outras regiões da França, mas o nome Sorbonne foi preservado”, contou Alonso.

A ideia de trabalho conjunto, ela avaliou, também pode ser utilizada para grupos de pesquisa em instituições no âmbito internacional, por ampliar a capacidade e a qualidade investigativa.

“Buscamos expandir a capacidade produtiva em pesquisa não apenas entre universidades de diferentes países, mas a partir de diferentes áreas do conhecimento. A multidisciplinaridade pode unir projetos de áreas tão distintas como Física e Artes. Já temos pesquisas em andamento na França e no México”, disse, citando parcerias mantidas pelas universidades francesas com a Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM).

Durante o encontro, Brito Cruz apresentou mecanismos de financiamento à pesquisa em São Paulo, demandas e critérios para a aprovação de projetos de pesquisa utilizados pela Fundação em todas as áreas do conhecimento, além dos acordos de cooperação internacional mantidos pela FAPESP, incluindo aqueles firmados com instituições de fomento, universidades e empresas, com destaque para as parcerias existentes com a França.

Para o diretor científico, a viabilização de um acordo da FAPESP com a UPMC e a Paris Sorbonne deverá acelerar a produção em parceria entre estas e as universidades paulistas. “Estamos muito interessados em aumentar a colaboração já existente entre as universidades. A publicação conjunta de artigos aumentou exponencialmente entre pesquisadores da UPMC e seus pares em São Paulo, com aumento inclusive na média de impacto desses artigos”, disse.

A FAPESP mantém atualmente 11 acordos de cooperação para a pesquisa e um Protocolo de Intenções com instituições francesas, além de acordo com a empresa BioEvents SAS, subsidiária da Fondation pour l’Université de Lyon.

Centros de excelência

Fundada no século 13, a Paris Sorbonne é a maior universidade da França e um dos principais centros internacionais de ensino e pesquisa nas áreas de letras, língua e civilização, literatura, artes, ciências humanas e sociais. A partir de um decreto do governo francês de 1970, a Universidade Paris Sorbonne passou a integrar um grupo com 11 universidades e outras 11 instituições associadas.

A Universidade Pierre e Marie Curie também é originária da Universidade Sorbonne. Conhecida por sua denominação atual desde 1971, o campus da UPMC está alojado nas antigas instalações da Universidade Paris VII, na capital francesa, onde são desenvolvidas pesquisas nas áreas de medicina, matemática, química, física, ciências da computação, ciências ambientais e ciências da vida, além de tecnologia, economia, humanidades e artes.

 


Página atualizada em 22/09/2015 - Publicada em 21/09/2015