In Situ Cell Therapy é vencedora do eAwards Brasil 2023

In Situ Cell Therapy é vencedora do eAwards Brasil 2023

15 de agosto de 2023

Claudia Izique | Pesquisa para Inovação – A In Situ Cell Therapy, startup sediada no Supera Parque de Inovação e Tecnologia de Ribeirão Preto, foi vencedora do eAwards Brasil 2023, prêmio que destaca o empreendedorismo tecnológico de alto impacto social, conferido pela NTT Data Foundation. Em outubro, a In Situ disputará o Global eAwards com empresas de 15 países da Europa e América Latina, em Madri, na Espanha.

A empresa, que entrou na disputa com um biocurativo produzido a partir de impressão 3D, desenvolvido com o apoio do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da FAPESP, foi escolhida entre 116 startups inscritas. Nos próximos meses, terá acesso ao programa de mentoria da NTT Data, antes do Global eAwards.

"Ser a startup vencedora da etapa Brasil do prêmio Awards foi muito gratificante para nós. É uma validação do impacto que a nossa solução pode trazer para os pacientes e para o sistema de saúde de uma maneira geral. O prêmio em dinheiro é importante, mas as conexões e mentorias que o eAwards nos trouxe e ainda nos trará com certeza vão acelerar a entrada dos nossos produtos no mercado. Sem falar que logo mais iremos levar a In Situ para Madri, apresentando o nosso case para importantes players de saúde do mundo”, diz Adriana Manfiolli, pesquisadora e sócia da empresa.

Desenvolvido com hidrogel de alginato, o biocurativo contém células derivadas do cordão umbilical humano e é aplicado diretamente sobre a pele. O produto acelera a recuperação de lesões cutâneas e a cicatrização, porque as células mesenquimais secretam moléculas bioativas com diferentes funções no processo cicatricial.

O biocurativo é considerado inteligente por conter células vivas, capazes de perceber os sinais emitidos pela lesão na pele e responder liberando citocinas e fatores de crescimento de acordo com a necessidade do tecido. Por isso, atua nas diferentes fases da cicatrização da pele.

A bioimpressão foi desenvolvida com o apoio da 3D Biotechnology Solutions, empresa também apoiada pelo PIPE da FAPESP, e é customizada para a área de aplicação.

O produto foi submetido à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para aprovação de ensaio clínico e registro.

A efetividade do biocurativo foi avaliada por pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP). Eles induziram o desenvolvimento de diabetes tipo 1 em 18 camundongos. Depois de 15 dias, os animais foram anestesiados e os cientistas fizeram feridas de 1 centímetro quadrado (cm²) em suas costas, que imediatamente receberam curativos.

Os roedores foram divididos em quatro grupos: animais sem diabetes com curativos sem células mesenquimais, animais sem diabetes com o biocurativo, animais com diabetes com curativos sem células mesenquimais e animais com diabetes com o biocurativo.

Após dez dias de tratamento, os animais com diabetes tratados com curativos sem células mesenquimais apresentaram feridas com cerca de 50% de abertura, enquanto as feridas nos animais diabéticos que receberam o biocurativo inteligente estavam com cerca de 20% de abertura.

Os resultados desse estudo, que também recebeu financiamento da FAPESP por meio de dois projetos (18/14815-0 e 19/22013-3), foram publicados em março no periódico Regenerative Therapy. De acordo com o artigo, o produto elevou a expressão do fator de crescimento TGF-beta, que estimula a síntese de colágeno e o reparo do tecido.

Foto: In Situ Cell Therapy