Conferência Internacional do INCT para Mudanças Climáticas

Resultados científicos e Perspectivas

Durante mais de seis anos de atividade, o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INCT para Mudanças Climáticas) foi responsável:

(i) pela agregação de grupos de pesquisa nos campos das ciências naturais, sociais e tecnológicas para gerar estudos acerca dos impactos das mudanças climáticas nos sistemas natural e humano;
(ii) pela geração de conhecimento científico a respeito da dinâmica dos ecossistemas naturais do Brasil;
(iii) pela produção de estudos de impactos setoriais de variabilidade e mudanças climáticas nos sistemas de atividade humana, nas áreas rural e urbana;
(iv) pelo desenvolvimento de metodologias para mensurar as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e de tecnologias de baixo carbono (low carbon), incluindo o uso de energias renováveis;
(v) pela promoção de estudos visando Ciência, Tecnologia e Políticas Públicas sobre as mudanças climáticas; e
(vi) pelo auxílio no desenvolvimento do Modelo Brasileiro do Sistema Terrestre (BESM), que gerou os primeiros cenários globais de mudanças climáticas com modelo desenvolvido no Brasil, parte do Projeto CMIP5.

Como valor agregado, destacam-se:

(i) a percepção, informação e o conhecimento sobre o tema das mudanças climáticas diante deste desafio do século XXI;
(ii) as diversas áreas de pesquisa agregadas sob um projeto integrador levando os resultados até o cidadão brasileiro e o governo;
(iii) contribuição nas avaliações científicas do Quinto Relatório de Avaliação Painel Intergovernamental de Mudanças Climática (IPCC AR5), Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC), nos estudos de impactos e vulnerabilidade da Terceira Comunicação Nacional (UNFCCC) e para o Plano Nacional de Adaptação (PNA). Em números, o INCT-MC disseminou seus resultados através da publicação de mais de 850 artigos científicos, 50 livros, 200 capítulos de livros, 09 cartilhas educacionais, 7 vídeos educacionais, 1 desenho animado interativo, 2 CD-ROM interativos, 1 quiz educacional interativo e 5 relatórios de atividades. Contribuiu para a formação de 230 doutores e 332 mestres e apoiou 32 programas de pós-graduação relacionados aos temas do INCT para Mudanças Climáticas

Diversas atividades de pesquisa ainda se encontram nas etapas finais de desenvolvimento, conforme descritas a seguir: o desenvolvimento do modelo do sistema terrestre BESM, que se encontra em fase de implementação nas atividades de acoplamento oceano-atmosfera e acoplamento superfície-atmosfera e dos efeitos de aerossóis e química atmosférica; a avaliação de impactos das variações e extremos climáticos em populações vulneráveis da Amazônia; a dinâmica de transmissão de dengue e malária e sua relação com o clima; a identificação de doenças sensíveis ao clima (DSC) no Brasil; o desenvolvimento de um aplicativo móvel para a coleta e envio de dados georreferenciados de manejo agrícola para subsidiar o sistema de previsão de risco de colapso de safra da agricultura familiar no semiárido brasileiro; o estudo sobre a frequência de ventos extremos no território brasileiro, assim como a compreensão dessas ocorrências nos parques de geração de energia eólica instalados; trabalhos em andamento referentes ao uso da terra, como o modelo de mudanças de uso da terra e os cenários de mudanças de uso da terra para o Brasil no período de 2010-2050; e os estudos sobre extremos de tempo e clima e os seus impactos nos desastres naturais em áreas urbanas.

Temas integradores:

Para integrar os trabalhos dos 26 subprojetos, durante o último ano do INCT para Mudanças Climáticas foram definidos 13 temas integradores. Cada um desses temas vem sendo norteado pelas prioridades da agenda ambiental governamental e do MCTI. Os temas refletem os grandes desafios de avaliar os impactos das mudanças climáticas em setores chaves: produção de alimentos e segurança alimentar; geração de energia e segurança energética; recursos hídricos e segurança hídrica; aspectos de saúde e vulnerabilidade da população; impactos da mudança do clima e os extremos climáticos nos grandes biomas do Brasil e os seus impactos nos serviços ecossistêmicos; as grandes cidades e os riscos associados à vulnerabilidade das populações mais pobres em áreas mais expostas e vulneráveis aos extremos do tempo e clima; desastres naturais, e o desenvolvimento de cenários de clima futuro no Brasil derivados de complexos modelos globais e regionais do sistema terrestre para estudos de impactos, vulnerabilidade e adaptação. Todas essas atividades envolvem pesquisadores e bolsistas que têm seus projetos em pleno andamento graças ao aporte financeiro concedido pelo CNPq.

Comitê Científico

Jose A. Marengo, CEMADEN (Chair)
Alfredo Ribeiro, UFPE
Alisson Barbieri, UFMG
Ana Paula Aguiar, INPE
Carlos A. Nobre, INPE
Chou Sin Chan, INPE
Cristina Forti, INPE
Eduardo Assad, EMBRAPA
Eduardo Haddad, USP
Enio Bueno Pereira, INPE
Fabio Scarano, UFRJ
Humberto Rocha, USP
Iracema Cavalcanti, INPE
Jean Ometto, INPE
Luiz Machado, INPE
Luiz Martinelli, USP
Manoel Cardoso, INPE
Marcos Costa, UFV
Marcos Freitas, COPPE, RJ
Margarete Copertino, FURG
Mercedes Bustamante, UnB
Moacyr Araújo, UFPE
Myanna Lahsen, INPE
Osvaldo Moraes, CEMADEN
Paulo Artaxo, USP
Paulo Moutinho, IPAM
Paulo Nobre, INPE
Pedro Silva Dias, USP
Plínio Alvalá, INPE
Regina Alvalá, CEMADEN
Sandra Hacon, FIOCRUZ
Suzana Montenegro, APAC

Comitê Organizador Local

Jose A. Marengo, CEMADEN (Chair)
Tércio Ambrizzi, USP
Gilberto Fisch, IAE/DCTA
Paulo Artaxo, USP
Erica Menero, CEMADEN
Ana Paula Soares, FUNCATE/INPE
Wagner Soares, CEMADEN

Apoio institucional