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FAPESP financiará pesquisas para o combate ao coronavírus

FAPESP financiará pesquisas para o combate ao coronavírus Pesquisadores, pequenas empresas e startups terão R$ 30 milhões para projetos sobre testes diagnósticos, terapias, ventiladores pulmonares e equipamentos de proteção aos profissionais da saúde, entre outros

A FAPESP lança duas chamadas de propostas no valor de R$ 30 milhões para direcionar iniciativas de pesquisa ao combate da COVID-19, provocada pelo vírus SARS-CoV-2, o coronavírus, e estimular micro e pequenas empresas a desenvolver projetos que resultem em inovações tecnológicas voltadas para o diagnóstico e tratamento dos doentes.

“O combate a epidemias e doenças em geral é sempre um processo complexo, que exige ações técnicas, pessoal treinado e decisões políticas, fundamentadas na ciência. Os dois editais emergenciais da FAPESP se destinam a financiar o desenvolvimento de boas ideias para o combate à epidemia, tanto no que diz respeito ao conhecimento científico relativo ao agente, seus efeitos no organismo e tratamentos, como em seus aspectos tecnológicos, em especial à criação de produtos e serviços que melhorem a nossa capacidade de reação”, disse Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP.

Na primeira chamada, a FAPESP disponibilizará R$ 10 milhões suplementares para redirecionar projetos de pesquisa já em andamento, nas modalidades Temático e Jovens Pesquisadores e em Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) e Centros de Pesquisa em Engenharia (CPEs), para a compreensão, redução de risco, gestão e prevenção da COVID-19 e do coronavírus.

A expectativa é mobilizar pesquisadores do Estado de São Paulo em torno dos estudos das características epidemiológicas da COVID-19, no desenvolvimento de testes diagnósticos, terapias e procedimentos terapêuticos, nos estudos sobre aspectos críticos da infecção viral, na pesquisa em procedimentos clínicos, na identificação e avaliação das respostas imunes, nas investigações epidemiológicas e na pesquisa sobre a contenção e minimização de comportamentos contraproducentes para a epidemia, entre outros desafios que cercam a COVID-19.

Os projetos de pesquisa devem ter duração de 24 meses e o valor máximo de cada proposta será de R$ 200 mil. O prazo para submissão de projetos vai até 22 de junho de 2020.

Na segunda chamada, a FAPESP oferece uma linha especial de financiamento, no âmbito do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE- Fase III), em parceria com Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), no valor de R$ 20 milhões, para apoiar micro e pequenas empresas e startups dispostas a aplicar ou escalonar processos ou produtos inovadores relacionados à doença, a exemplo de kits diagnósticos, ventiladores pulmonares, equipamentos de proteção aos profissionais da saúde, soluções de tecnologias digitais e inteligência artificial para os serviços de saúde ou atendimento aos pacientes.

No PIPE-Fase III, resultado de um acordo entre a FAPESP e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), as empresas devem realizar, em até 24 meses, o desenvolvimento comercial e industrial de produtos ou processos. Nesta chamada, cada projeto aprovado contará com até R$ 1,5 milhão. O prazo para submissão de propostas é 06 de abril de 2020, podendo ser republicado por mais 15 dias, caso a demanda das propostas submetidas seja inferior aos recursos disponíveis.

“Serão selecionados projetos apresentados por startups e empresas com até 250 empregados, de desenvolvimento processos e serviços inovadores, de forma que os produtos resultantes possam ser colocados no mercado em uma situação emergencial como esta. Refiro-me ao desenvolvimento de testes diagnósticos, ventiladores pulmonares portáteis, soluções digitais para controle da disseminação do vírus, entre outros”, disse Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico Administrativo da FAPESP.

A expectativa é que a comunidade de pesquisa e as empresas de base tecnológica do Estado de São Paulo ofereçam soluções que contribuam para o combate à COVID-19, com a mesma disposição e competência com que enfrentaram outras infecções emergentes, como a dengue, febre amarela, zika e chikungunya.


Página atualizada em 21/03/2020 - Publicada em 20/03/2020