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Portugal busca ampliar parceria em pesquisa com São Paulo

Portugal busca ampliar parceria em pesquisa com São Paulo Em visita à FAPESP, ministro de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Portugal destaca importância da colaboração com instituições paulistas

A ampliação da parceria entre portugueses e brasileiros, com ênfase no apoio conjunto a pesquisas de interesse comum aos dois lados do Atlântico, com destaque para pesquisas atmosféricas e oceânicas, foi tema da visita do ministro de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Portugal, Manuel Heitor, à FAPESP, em 5 de setembro. 

Acompanhado de Teresa Tavares, assessora de Cooperação Internacional do Ministério, e Gonçalo Capitão, adido social do Consulado Português em São Paulo, o ministro foi recebido por José Goldemberg, presidente da FAPESP, Eduardo Moacyr Krieger, vice-presidente, Carlos Américo Pacheco e Carlos Henrique de Brito Cruz, respectivamente diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo e diretor científico da Fundação. Rui Albuquerque, do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), também participou da reunião.

O ministro destacou estudos em andamento em seu país, visando a estruturação e criação do Azores International Research Center (AIR), um centro de pesquisa internacional voltado para estudos nas áreas de Ciências Atmosféricas e Mudanças Climáticas, Energia, Aplicações Espaciais e Engenharia Oceânica, entre outras, a ser instalado no arquipélago dos Açores, no Atlântico Norte.

O objetivo do AIR, ele sublinhou, é reunir a comunidade científica internacional em torno de projetos de impacto para Portugal, assim como para a relação transatlântica entre a Europa e os Estados Unidos, além de países do hemisfério Norte e do hemisfério Sul, incluindo o Brasil e a África do Sul em seu planejamento.

“Penso que a cooperação científica entre Portugal e Brasil deve ser feita nos dois sentidos, em todas as áreas do conhecimento, por meio de projetos mobilizadores”, afirmou, ressaltando a necessidade de uma nova agenda para o desenvolvimento científico que envolva instituições públicas e empresas, em ambos os países.

A nova agenda científica centrada no Atlântico, com a criação de uma instituição intergovernamental, é, para o ministro, um desafio e uma oportunidade. Os temas propostos deverão ser ampliados, ao longo do tempo, a fim de fazer com que os Açores tornem-se uma plataforma de cooperação científica internacional.

Goldemberg reafirmou o interesse da FAPESP em estreitar as relações com as instituições portuguesas de pesquisa, a exemplo da cooperação existente desde 2013 com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), órgão vinculado ao ministério português. “Pretendemos fazer uma nova chamada de projetos de pesquisa, a fim de que pesquisadores de São Paulo e de Portugal possam trabalhar em parceria e obter resultados científicos relevantes em distintas áreas”, disse. Para Brito Cruz, a aproximação com Portugal é uma oportunidade para ampliar projetos colaborativos de médio e longo prazos em áreas de interesse comum. “Uma nova chamada conjunta deverá ocorrer em 2017, o que possibilitará criar uma colaboração mais sólida, com projetos de pesquisa de três a cinco anos, confirmando o imenso interesse de pesquisadores brasileiros e portugueses no trabalho conjunto”, ressaltou.